Aeviternidade
A Aeviternidade (ou aevum) é um conceito filosófico-teológico que se situa entre o
tempo e a eternidade, sendo um termo médio entre ambos. Diferente da eternidade,
que não tem princípio nem fim e é imutável em sua totalidade, e do tempo, que tem
princípio e fim e é mutável, a aeviternidade tem princípio, mas não tem fim. No
entanto, a distinção mais fundamental não reside na existência de princípio ou fim,
mas na natureza de sua duração e mutabilidade [1].
Na filosofia escolástica, especialmente em Tomás de Aquino, a aeviternidade é a
medida de seres que possuem um ser intransmutável em sua essência, mas que
podem ter mudanças acidentais ou extrínsecas. Isso se aplica, por exemplo, aos anjos
e às almas separadas, que, embora criados (têm um princípio), não estão sujeitos à
corrupção ou ao envelhecimento temporal como as coisas materiais. Eles possuem uma permanência em seu ser, mas podem experimentar sucessão em suas operações,
pensamentos ou afetos [1].
Ressignificação Protestante:
Embora o termo "aeviternidade" não seja diretamente
bíblico, o conceito subjacente de uma existência que tem começo, mas não fim, é
plenamente compatível com a teologia protestante. Aplica-se à existência dos seres
criados que são imortais, como os anjos e as almas humanas após a morte. A vida
eterna que os crentes recebem em Cristo é uma vida que tem um começo (no novo
nascimento ou na ressurreição), mas que nunca terá fim, sendo uma participação na
vida de Deus, que é eternidade pura. A aeviternidade, portanto, nos ajuda a
compreender a natureza da existência dos seres celestiais e da nossa própria
existência futura, que, embora não seja a eternidade de Deus (que é sem princípio), é
uma duração sem fim em comunhão com Ele.
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