Um dos argumentos mais interessantes nessa discussão é o chamado "argumento
ontológico", que nos oferece uma maneira única e profundamente lógica
de entender por que Deus deve existir.
O Que É o Argumento Ontológico?
O argumento ontológico foi criado por Anselmo de Cantuária, um filósofo e teólogo do
século XI.
Ele parte de uma simples ideia: Deus é definido como "aquele do qual nada maior pode ser pensado". Isso significa que Deus é o maior ser que podemos imaginar.
O Que Significa a Definição Ontológica de Deus?
No argumento ontológico, Deus é definido como "aquele do qual nada
maior pode ser pensado".
Isso pode parecer complicado à primeira vista, mas vamos simplificar: Deus é o maior ser possível:
Imagine o ser mais poderoso, sábio, bom e perfeito que você consegue
conceber.
Esse ser teria todas as qualidades na sua forma máxima.
Ele seria infinitamente poderoso, infinitamente bom, infinitamente
sábio, e assim por diante.
Deus é um ser necessário
Aqui é onde a definição se torna importante.
Quando falamos que Deus é "necessário", estamos dizendo que Ele não é apenas uma possibilidade, mas algo que deve existir.
Diferente de outras coisas que poderiam ou não existir, Deus, por
definição, precisa existir.
Se Ele não existisse, não seria o ser mais perfeito que podemos imaginar, porque um ser perfeito, por definição, deve existir.
Por Que Isso Faz Sentido?
Pense no seguinte exemplo: Um ser imaginado versus um ser real:
Imagine que você está pensando em uma montanha de ouro. Esta montanha existe na
sua mente, mas não na realidade.
Agora, imagine que essa montanha realmente existe.
A montanha real é claramente maior, mais impressionante e mais poderosa do que uma que só existe na imaginação.
Da mesma forma, se Deus existisse apenas na nossa imaginação, Ele não seria o maior ser possível. Mas, como estamos definindo Deus como o ser mais grandioso, Ele precisa existir na realidade.
Se Ele não existisse, então poderíamos imaginar algo maior — ou seja, um Deus que existe de verdade —, e isso contradiz a definição original de Deus como o ser do qual nada maior pode ser pensado.
Por Que Essa Definição Importa?
Quando definimos Deus como um ser necessário — ou seja, um ser que deve
existir —, estamos dizendo que a existência faz parte de quem Deus é.
Não é apenas uma característica opcional; é essencial.
Pense em um triângulo.
A definição de um triângulo inclui a ideia de que ele tem três lados. Da
mesma forma, a definição de Deus inclui a ideia de existência.
Negar a existência de Deus seria como negar que um triângulo tem três lados — não faria sentido.
As Críticas e a Defesa do Argumento.
Mesmo sendo um argumento interessante, o argumento ontológico já
recebeu críticas.
Alguns filósofos, como Immanuel Kant, disseram que a existência não é uma característica como outras (como ser bom ou poderoso), mas algo que simplesmente acontece ou não acontece.
Eles argumentam que não podemos simplesmente definir algo como
existente.
No entanto, aqueles que defendem o argumento ontológico dizem que o ponto aqui não é adicionar "existência" como mais uma característica de Deus.
Em vez disso, é reconhecer que, pela própria definição de Deus, Ele deve
existir.
Se pudéssemos pensar em Deus como um ser que poderia não existir, Ele não seria o Deus definido ontologicamente — aquele ser que deve existir.
O Que Isso Significa Para Nós?
O argumento ontológico não é apenas uma questão de
lógica, mas também pode fortalecer nossa fé.
Ele nos leva a pensar que, ao definir Deus como um ser que necessariamente existe, estamos afirmando que Sua existência é uma verdade fundamental.
Deus não é apenas uma ideia poderosa; Ele é a realidade maior que
fundamenta todas as coisas.
Refletir sobre esse argumento nos ajuda a entender que a existência de Deus não é apenas uma possibilidade, mas uma necessidade.
Deus é, por definição, Aquele que existe — o "Eu Sou" das
Escrituras.
E isso nos convida a confiar ainda mais na realidade de Deus em nossas
vidas.
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